Parecia um tour exclusivo. Em abril, a reportagem visitou durante quatro dias o parque nacional da serra da Capivara, no Piauí, e só cruzou com um turista (isso mesmo, no singular) uma vez.
Sorte? Não exatamente. Essa época é considerada baixa temporada e, além disso, eram dias de semana. Dados oficiais, no entanto, mostram que a visitação ainda é baixa.
Em 2012, 11.655 pessoas passaram pelo parque, sendo estudantes da região a maior parte delas. Vindos de fora do Nordeste, foram apenas 1.500 visitantes.
Para efeito de comparação, o sítio arqueológico de Tulum, no México, também de grande importância histórica, recebeu 1,2 milhão de visitantes no mesmo período.
Por que, afinal, é tão baixa a visitação à mais relevante área arqueológica do Brasil?
A principal hipótese é a dificuldade de acesso para quem vem de fora do Piauí. De São Paulo, o viajante precisa combinar trecho aéreo com escala e estrada, num total de dez horas de viagem.
Não é fácil chegar, mas quem se aventura raramente se arrepende desta viagem à Pré-História.
MAIS SERRA DA CAPIVARA |
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Estudos apontam a presença do homem há cerca de 50 mil anos. Os vestígios são resultado de escavações lideradas pela arqueóloga Niède Guidon na década de 70, quando foram encontradas ferramentas que evidenciaram a presença mais antiga do homem nas Américas.
Desde então polêmicos, os trabalhos ganharam maior aceitação décadas depois, durante apresentação em um simpósio no Piauí em 2006.
Formado por quatro serras, o parque tem como cartão-postal o sítio Boqueirão da Pedra Furada, com mais de mil pinturas rupestres. Estão ali, a poucos metros da parada de carro. Acesso facílimo.
Mas nem tudo é sombra, água fresca e trilhas planas. Para ver algumas das pinturas rupestres descritas nesta edição, será preciso encarar o calor de até 45ºC e subir em paredões íngremes.
Em suma, é preciso suar a camisa.